O PERDÃO
- Terreiro de Umbanda Mãe de Deus
- 21 de set. de 2020
- 2 min de leitura

A alguns dias venho me perguntando o que é o perdão e em verdade o que é perdoar...
Estamos tão acostumados a “perdoar” as pessoas, a “entender” que elas erram e que merecem e precisam de nosso perdão, até porque isso é sinal de evolução para nós e para elas. Mas em verdade o que é esse perdão? Será que ele não vai muitas vezes unido a uma hipocrisia medíocre que faz com que no lugar de ser humilde no momento de perdoar e de sentir-se perdoado, eu acabo sentindo-me ainda mais superior porque tenho o “poder” do perdão?
Penso que o perdão vem de dentro. O perdão deve ser primeiro com relação a mim. Eu preciso me perdoar, perdoar o que fiz, perdoar o que me afastou daquilo que era para minha evolução. Somente quando eu entender e viver de verdade o perdão, o perdão comigo mesmo é que poderei então exercer o perdão com aqueles que me foram confiados.
Perdoar é muito mais que dizer “te perdoo”, perdoar é “lavar os pés”, perdoar e abraçar e acolher, perdoar não é comparar, não é ficar voltando ao passado e usando de modelos os erros cometidos, perdoar é em verdade “virar a página” e assim recomeçar, reconstruir, ajudar-se e ajudar aqueles que nos são confiados a sentir de verdade o amor, porque o perdão sem amor é vago, é mecânico e não é verdadeiro.
Perdoar é um exercício, um exercício diário conosco, para então poder entender a mão e proporcionar o perdão para aquele que nos busca; embora eu ainda pense que o perdão é uma virtude, e não um dom, porque o dom o temos, e a virtude é um exercício que nos leva a evolução.
Aqui poderíamos ter mais e mais linhas de escrita, mas hoje, hoje quero e convidar a exercer o perdão, para que ele seja de verdade um exemplo de caridade, uma atividade diária que custa, que é difícil, mas que quando entendermos de verdade, vai ser libertadora. Por isso, se perdoe, se ame, e tenha humildade consigo mesmo, aí sim penso que o perdão para com o outro terá maior sentido.
Axé!
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