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UMA VISÃO DO “TRAIDOR” DE JESUS – O ISCARIOTES

  • Foto do escritor: Terreiro de Umbanda Mãe de Deus
    Terreiro de Umbanda Mãe de Deus
  • 25 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura


Em meu tempo enquanto católico, antes de minha conversão a Umbanda, pesquisei muito e me questionava qual o papel de cada um dos apóstolos do Nazareno. Um dos apóstolos que tomou mais meu tempo foi com Judas – o “traidor”.

Li muitas coisas sobre ele, principalmente sobre a “maldade” que ele cometeu ao vender seu mestre por 30 moedas de prata e ter entregado seu mestre através de um sinal que simboliza amor, que simboliza intimidade, e mais ainda, que simboliza de alguma forma, afeição e fidelidade.

Desta forma em muitas leituras, reflexões e momentos de encontro com os que hoje sei que eram meus mentores, entendo que Judas não foi o traidor, ou o que menos amou, mas sim aquele que ajudou o Filho a cumprir a missão que recebeu do Pai. Penso que para ele não foi fácil também, até porque existem passagens que narram o momento em que ele se “livrou” das moedas cujo mestre foi vendido.

Vejo Judas como aquele que “mais” amou, aquele que sabia que após sua decisão, seria marginalizado, julgado e até mesmo odiado. Até hoje temos celebrações em que enforcam Judas, em que apregoam um ódio, um desprezo para aquele que fez com que o Filho cumprisse a missão do Pai.

Judas fez o que tinha que ser feito, alguém “precisava” entregar o Filho, alguém “precisava” fazer com que ele passasse por tudo que passou para que “as Escrituras se cumprissem”. Imaginem a dicotomia passada por ele... ser escolhido da forma que foi, estar sentado junto ao mestre; Jesus foi humano, ia ao banheiro, deve ter se enfermado, deve ter querido as vezes desistir, como existe a passagem dele chorando sangue e pedindo “Pai se preciso for afasta de mim este cálice” (Lucas 22, 42). Imagino esse apóstolo ao passar por este momento, ao saber que sua última atitude para com aquele que o amou e que ele amou era dar um beijo, um selo, o selo da morte, o selo da “traição”.

Alguém “precisava” fazer isso, e para que os cristãos possam no domingo de Páscoa celebrar a Ressurreição de Jesus, foi preciso que ele morresse, que passasse pelos escárnios e sofrimentos que passou, a ressurreição foi a consequência da dor, da morte, do cumprimento da missão que Ele tinha diante do Pai; missão essa que Judas aceita também, porque precisava fazer seu papel para que Jesus fizesse o seu. As moedas, a venda... quem sabe algo para que a dor se tornasse mais branda ou ainda, para que o julgamento contra ele , que até hoje fazemos, fosse menos penoso para nós.

Não precisam concordar com o que escrevo, apenas creio que podemos, como cristãos, como umbandistas – que é meu caso – aprender a ver que Deus usa de pessoas dispostas a ajudá-lo a impulsionar seus escolhidos para concretizarem seus planos, e esse foi claramente o papel do chamado de Iscariotes. Quem sabe, esta visão diferente – e não digo ser a verdadeira, menos ainda romantizada, mas sim a que se acerca a dois homens que dentro da história se respeitaram tanto – não nos ajude a apreciar Judas, e a entender, porquê muitas vezes as decisões que tomamos nos machucam tanto... talvez, porque saibamos que no terceiro dia vamos ressuscitar, ou aqueles que nos foram confiados ressuscitarão.

Axé

Seu Pai Anderson de Xangô

 
 
 

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